Nota de Pesar – Rogério Marcelino de Moura

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É com pesar que nos despedimos de Rogério Marcelino de Moura. Rogério foi autor do filme “Bom dia, Eternidade”, inédito no circuito comercial e recentemente exibido no Apacine (em parceria com a Spcine), com enorme impacto sobre o público.

Comédia popular, na trilha de seu iniciador no cinema, Denoy de Oliveira, por quem Rogério nutria grande admiração, a sessão lotou o Bijou, com a presença de Zezé Mota, que protagoniza a obra (com Antonio Pitanga e João Acaiabe) amigos, técnicos e produtores do filme. Antes, Rogério realizou alguns curtas, entre eles, “A Revolta do Videotape” (1999), com um humor crítico inconfundível.

Trabalhou com grandes atores e, dentre os fotógrafos, Cláudio Portioli e Mario Carneiro, se aproximando bastante desse último, a quem considerava um pai pela acolhida que teve em “Bom dia, Eternidade”. Entrou na APACI na gestão de Daniel Santiago, ampliando a presença de cineastas negros na entidade. Infelizmente não teve tempo de fazer seu novo trabalho, “O Dono do Céu”, ainda na disputa pelo edital municipal da LPG, no município de São Paulo.

Diretor, profícuo roteirista e ativista comunitário em seu bairro da Vila Santa Isabel (Zona Leste de SP), Rogério integrou o Dogma Feijoada e sai de cena precocemente, deixando um legado de coerência e vivência solidária em sua arte. Viva Rogério!

“A morte chega para todo mundo, mas no caso de Rogério Moura, homem negro e artista, tenho a sensação que foi mais uma vítima precoce do mesmo emparedamento que levou outros homens e mulheres negras como Cruz e Souza e Ari Candido. O etarismo e o racismo estrutural nos tiraram a chance de ver outras obras tão belas quanto o filme “Bom dia, Eternidade” (2010), até hoje inédito nas salas de cinema.”
– Joel Zito Araújo

“É com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento do Rogério de Moura. Do grupo ligado ao Dogma Feijoada, ele sempre trouxe o humor como reflexo para discutir nossa identidade. Rogério nos deixa uma mensagem que a alegria pode nortear nosso caminho. Sua arte se traduz na beleza do seu primeiro e único longa cujo titulo é uma dos mais belos do cinema brasileiro e que, ironicamente, parece ilustrar sua nova jornada: ‘Bom dia, Eternidade'”
– Jeferson De

“Perdemos um guerreiro, perdemos um irmão. Dogma Feijoada de luto.Vá em paz, Rogério, em busca da Eternidade.”
– Daniel Santiago

Rogério sempre estará presente em nossas memórias e corações. Nossos sentimentos e solidariedade aos familiares e amigos nesse momento tão difícil. Estamos desolados com o ocorrido.
Com admiração e saudade,
Apaci

 

 

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