A Associação Paulista de Cineastas – APACI é uma associação civil sem fins lucrativos que atua em prol do cinema paulista e brasileiro, com foco na produção independente. Com sede na cidade de São Paulo, representa parcela significativa dos/as diretores/as e produtores/as mais atuantes e reconhecidos/as do Estado de São Paulo. Sua finalidade é o estudo, a divulgação, a promoção e a defesa do cinema independente paulista e brasileiro, estimulando seu fomento e protegendo os direitos dos realizadores da cinematografia do país.

A APACI foi fundada em 1975 por um grupo de profissionais de cinema atuantes em São Paulo, capitaneados pelos cineastas Egídio Éccio (1927-1977) e Denoy de Oliveira (1933-1998), já falecidos, e outros ainda na ativa como João Batista de Andrade, Hermano Penna e Sérgio Muniz.

Em 1975, entre outras coisas, um dos objetivos de sua criação era atuar na defesa da produção paulista junto à Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes – 1969/1990) – braço do Instituto Nacional do Cinema (INC) e vinculada ao Ministério da Educação e Cultura (MEC) – que visava à difusão do filme brasileiro no Brasil e no exterior e, depois, à criação de incentivos à produção e distribuição. Naquele momento, a ideia da criação de uma associação como a APACI visava articular o tradicional cinema paulistano e a velha guarda do cinema da Boca do Lixo com os jovens cineastas que começam a atuar profissionalmente. A maioria desses jovens vinha das primeiras turmas do recém-criado Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (CTR), da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e, posteriormente, vieram a ser integrar o grupo que ficou conhecido com o “Novo Cinema Paulista”, como o coletivo da Tatu Filmes e outras novas produtoras localizadas na Vila Madalena.

No decorrer dos anos a APACI desenvolveu diversos projetos, ações e parcerias em prol do audiovisual brasileiro, não apenas relacionados ao cinema paulista.

Nas últimas décadas, duas ações de suma importância histórica foram realizadas pela APACI. Em 2001 a entidade teve a iniciativa e encampou a coordenação de todo o setor audiovisual paulista e entidades representativas da produção cinematográfica na criação do Programa de Fomento SABESP, que veio a se tornar um dos mais importantes projetos de seed money (recurso-semente) para a produção longa-metragista do estado de São Paulo, responsável pela estreia e promoção de duas novas gerações de cineastas paulistas.

Outra iniciativa marcante, fruto do trabalho político da união do setor, levado a cabo pela APACI, foi a criação da empresa paulistana SPCINE. Antes mesmo da posse do recém-eleito prefeito da cidade Fernando Haddad e assim que Juca Ferreira foi anunciado como Secretário da Cultura, a APACI costurou um pacto com todo o setor audiovisual, levando o pleito da classe aos novos gestores, que seriam responsáveis pelo governo da cidade nos 4 anos seguintes. Em menos de 15 meses, a empresa de audiovisual SPCINE estava criada, com o voto unânime da Câmara dos Vereadores de São Paulo.

Nos últimos 5 anos, a APACI vem realizando reuniões de diretoria (quinzenais na gestão atual, sendo uma vez por mês abertas às/aos associadas/os), assembleias trimestrais; participa de instâncias decisórias junto ao poder público na luta pelo fomento de uma produção audiovisual independente e diversificada; esteve presente em inúmeros eventos do setor audiovisual em diversas cidades do Brasil; organizou debates com políticos e especialistas do setor; liderou o movimento em defesa da Cinemateca Brasileira, atuando em conjunto com outras entidades ligadas à defesa do patrimônio e da preservação audiovisual no Brasil; propôs e mantém em atividade inúmeros grupos de trabalho que congregam grande parte de seus associados e diretoria, cujo escopo vai desde pensar e defender políticas públicas para o audiovisual como rever a si própria enquanto associação que se pretende cada vez mais inclusiva.